O que tem afastado, cada vez mais, os motoristas dos aplicativos de corrida?

Para aqueles que são usuários assíduos dos apps de transporte, é possível notar que o tempo médio para chamar um carro de corrida aumentou drasticamente. Mas, você sabe porque isso está acontecendo?

Conforme a Associação de Motoristas de Aplicativos de São Paulo – AMASP -, aconteceu uma diminuição no número de motoristas em 25% nesse ano, porém, a maior empresa dessa categoria, que é a Uber, ainda não admite essa queda.

Mas, há grandes sinais de que as empresas desses apps estão assustadas com esse acontecimento, visto que a Uber e a 99POP anunciaram nas últimas semanas os reajustes necessários para pagar os motoristas, sem ter impacto direto no valor que é cobrado do consumidor, sendo assim, foi registrado um aumento de até 35% para esses trabalhadores do ramo.

Aumento de desemprego

O que tem afastado, cada vez mais, os motoristas dos aplicativos de corrida?

Os aplicativos de corrida, durante muito tempo foram e continuam sendo uma saída para aqueles que estão desempregados, ou, querem complementar a renda.

No início, eram vários os incentivos para esses trabalhadores, principalmente porque os custos não eram tão altos como atualmente, porém, com o passar dos anos, houve um aumento considerável dos motoristas cadastrados, gerando uma desvalorização do serviço prestado.

Conforme informado pela Uber, a taxa de serviço que era cobrada para os motoristas tinha o valor em 25%, porém, após o ano de 2018, se tornou variável, levando mais flexibilidade para usar demais descontos para os parceiros da empresa.

Segundo a empresa, o motorista é quem possui a maior parte do pagamento, porém, esse é um assunto que ainda gera muitas dúvidas, visto que dependendo da corrida, esse índice pode subir ou diminuir.

Crise diminui trabalhadores de carros de corrida

A crise econômica da qual o Brasil está passando no Governo de Jair Bolsonaro, acabou tendo impacto direto na rotina dos motoristas de apps.

Isso porque com o grande aumento dos valores dos combustíveis, muitos trabalhadores estavam pagando para trabalhar, o que aumentou drasticamente o número desistências para esse serviço alternativo.

É importante destacar que ainda existem os custos incluídos em casos de imprevistos como acidentes de trânsitos, carro quebrado, peça estragada, pneu furado, além dos custos com seguros, aluguéis dos veículos e demais detalhes.

A gasolina teve um aumento de 51% no Brasil nesse ano, o que não condiz com a condição financeira dos motoristas dos apps.

A Uber também informou por meio de nota, de que aconteceu o reajuste dos valores em várias cidades, ademais, foi feita uma parceria com uma rede de postos, de modo a diminuir os valores dos combustíveis para aqueles que estão cadastrados no app, sem falar nas promoções exclusivas de chip e planos de celulares, visto a necessidade de estar sempre conectado para angariar novas corridas.

Problemas de recolocação no mercado de trabalho

O que tem afastado, cada vez mais, os motoristas dos aplicativos de corrida?

Muitos dos motoristas que desistiram dos aplicativos de transporte tem relatado grande dificuldade para voltarem ao mercado de trabalho, principalmente pela falta de registro na CLT ou de experiência, o que não ajuda nem um pouco durante os processos de recrutamento.

Outro fator que tem influenciado a saída dos motoristas das empresas é a nova exigência municipal de algumas cidades, onde os carros registrados no app só podem ter no máximo 10 anos desde a data de fabricação.

O ganho médio mensal de um motorista de Uber é de R$2 mil, sendo assim, quase impossível conseguir financiar ou trocar de veículo por um modelo mais novo que se encaixe dentro dos padrões solicitados.

Outro grande problema do qual tem sido polêmico é a falta de vínculo empregatício com a empresa e demais benefícios básicos do trabalhador, como é o caso das férias, do 13º salários, além dos custos da depreciação do veículo usado, principalmente no caso daqueles que são proprietários do mesmo.

De acordo com a própria Uber, os motoristas parceiros não são empregados e nem prestam nenhum tipo de serviço para a companhia, visto que são classificados como profissionais independentes que apenas usam da tecnologia do app para terem acesso as viagens ali registradas.

Assim, não há nenhum tipo de subordinação, contando com o fato de que a Uber não controla seus motoristas, dos quais tem liberdade para trabalharem quando ou como quiserem.

Esses são apenas alguns dos fatores que causaram o êxodo dos motoristas das plataformas, continue acompanhando nosso site para receber mais conteúdos como esse e ficar sempre muito bem informado.

Marcela Mazetto

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